sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mistérios da Meia Noite

Não. Não consigo dormir.
Vem milhões de lembranças. de coisas mal resolvidas. De pessoas que eu posso ter magoado ou que tenham a impressão errada sobre mim e por algum motivo idiota eu sinta a necessidade de consertar as coisas.
Temos essa mania de sobrecarregar nossas mentes com teorias sem fundamentos. que se chocam e mudam a cada semana. Temos essa mania incessante como uma coceira da picada de um borrachudo, de descobrir os maiores dilemas da vida. Queremos respostas. Queremos um porque. 
Nossa vida é movida por perguntas e escolhas, mas isso nos vicia a querer descobrir tudo. Queremos pular o tempo de infância e descobrir o que é namorar. Queremos descobrir o que é ter alguém especial. e sobrecarregamos nossa mente pois não é a hora.
Então vivemos essa vida medíocre de incertezas e inverdades, sempre pulando de galho em galho, sem rumo.
Eu tenho 19 anos e me sinto estafado. E há mais novos em estado pior. Estresse, depressão, crises existenciais. Coisas que deveríamos sentir, quem sabe na velhice ou na meia idade, já sentimos antes de que deixemos a adolescência por completo.
Buscamos esperança. Buscamos nosso futuro. E ficamos tão presos a essa ideia de que seremos o futuro que acabamos esquecendo que futuro não se faz sem um presente. Passei por cargas emocionais cedo de mais, e eu escolhi correr atrás disso.
Já quis culpar a todos, pois o ser humano não foi feito para suportar a culpa. Foi a sociedade. Foi a falta de ensino de qualidade nas escolas. Foi a falta de leitura. A falta de amigos. A falta de carinho e atenção.
Culpamos aquilo que não está ao nosso alcance por simplesmente não estar em nossas vontades o desejo de esticar os dedos e alcançar. Colocamos em um pedestal aquilo que não possuímos e assim temos a desculpa perfeita para tornar sonhos impossíveis e planos irrealizáveis.   
Eu tenho muito pela frente, e isso é o que mais ouço. Mas se já cansei antes de uma vida que tenho pela frente, como posso suportar as cargas que devem aumentar com o tempo?
Damos corda de mais a um soldado de chumbo com a perna quebrada. Não há razão de não querer desistir e sentar para assistir as coisas desmoronarem. Quem sabe fazer uma pipoca, de microondas mesmo, para não ter o trabalho de cuidar da panela. 
Sinto falta daquilo que me desafia, mas me preocupo pois tudo não passa de cuidar das aparências. Somos cobrados desde cedo, a ter uma vida com um rumo certo. Sem tempo de escolha. Não  podemos perder tempo para analisar as opções, já que teremos o resto da vida pela frente. Resto mesmo. Resto de algo que ninguém quer.
Já que minha mãe está sempre presente em meus textos com seus ditados de meias palavras para bons entendedores, aqui vai mais um : "Por fora, bela viola! Por dentro, Pão bolorento!" A capa está sempre bem cuidada. Propaganda é a alma do negócio. Mas o conteúdo é vazio, podre e sem graça. 
Vamos correr atrás do vento e conquistar mais pedestais para sustentar nossas desculpas, assim ninguém mais precisará se preocupar em correr atrás de seus sonhos e blá blá blá

Um comentário:

Deixe sua opinião, vamos todos filosofar juntos hahaha