sábado, 2 de setembro de 2023

Se não for Eu


Oi! sou eu de novo.
Mas não sou mais eu mesmo. Na verdade agora sim posso dizer que sou eu de verdade. 
O eu de antes era eu também, com todas as imperfeições e incompleto... mas não era o eu como eu sou agora...
Se está fazendo sentido nenhum pra você, imagina pra mim que estou te tentando escrever sobre. 

De lá pra cá um relacionamento terminado, uma nova carreira consolidada, novos amigos que me conhecem melhor do que a minha família e vários traumas curados. Eu mencionei o diagnóstico de Transtorno Borderline ?

Voltamos pra minha caixa de areia, pois a versão viva dela esta lá fora vivendo suas histórias. Então aqui vamos nós voltar a escrever a minha. 

Alguém tem um exemplar do manual da vida sobrando pra me emprestar? Eu realmente devo ter dormido quando eles distribuíram o descritivo de normalidade. E eu sei que cada um vive uma realidade, já não sou mais aquele eu que se comparava com os demais e se diminuía. É que aminha realidade deveria me bastar ao invés de me fazer querer sair correndo de mim.

O que é essa vontade doida de sumir sem deixar sinais nem explicações? Ao mesmo tempo que eu fico encantado e amo cada nova parte de mim que descubro, me sinto cansado de carregar todas essas ferramentas para manter a estabilidade emocional. Qual o objetivo ? Deve haver algum propósito né?

O sentimento de pertencer a si mesmo é maravilhoso. Sei bem quem eu sou e sei até onde vão as minhas beiradas. Mas pertencer a um grupo de pessoas me faz sentir completo. E por mais que eu sempre soubesse a finitude dos ciclos, quando me vejo novamente pertencendo apenas a mim, não é tão reconfortante.

Para o momento, estamos trabalhando em reduzir a  necessidade de validação por meio de terceiros, aceitar o destino de solidão o Eu e o não eu juntos e também muita terapia para curar feridas de morte feitas por anos de indisponibilidade emocional paterna. Ou seja, o de sempre. 

Apesar de estar melodramático o texto de retorno, existe em mim a euforia de saber que tudo isso vai passar e estarei melhor, maior, mais completo e com novas imperfeições para aprender a amar. Não vou prometer escrever sempre, tenho participado bem mais da minha vida do que quando costumava apenas escrever sobre ela aqui. Mas, tentarei me aliviar sempre que possível nesse lugar familiar. Hoje mesmo ouvi que aquilo que não vira palavra vira angústia. 

Então eis aqui a minha angústia pra eu me reler a hora que precisar. Agora começou a minha música e eu preciso dançar ela no espelho, além de responder as mensagens pra saberem que ainda vivo... Viver minha solitude, extravasar os dramas, chorar no chuveiro e blá, blá, blá.....