Claro que naquela época , os brinquedos de 1,99 ainda custavam isso....
Tive baús cheios de carrinhos, dinossauros, pokemons, animais do zoológico e etc... Cada novo brinquedo se tornava o favorito e os demais ficavam meio esquecidos na caixa. Depois de um tempo, todos brincavam juntos, pois eu ficava com dó de ter abandonado os brinquedos...
Essa minha percepção sobre o abandono me fez perceber que eu sempre tive ali o tabu da solidão. Lembro de uma vez sentir tanta saudade da minha mãe durante o dia de trabalho dela, que liguei depois de uma crise de choro, pedindo um boneco novo para brincar.
A relevância disso faz muito sentido se for ver meus traços Borderline.
Eu me sinto um conjunto de pequenos abandonos. Parece que a metade pessimista de mim, insiste em apontar todos os quases. Um quase enorme que preenche várias histórias. Aí vem a parte saudável e chega a irritar com essa ideia. Eu não sou essa história abandonada de um quase.
Mas constantemente sinto que sou o brinquedo favorito até chegar o brinquedo novo. Não é um sentimento estranho... Ele chega até a ser bem vindo. Tem em si já familiaridade de emoções retorcidas e limitações. Mas o conforto da familiaridade para por aí. O conforto de buscar estar saudável é longe dessa limitação é bem mais apelativo.
Relato de mais um pensamento intrusivo. Eu não sou um quase e nem uma coleção de pequenos abandonos. Essa não é a minha história completa. Apenas uma narrativa romântica e pessimista de pequenas porções que nem me preenchem mais.
E enquanto eu não for mais o novo brinquedo, há um baú cheio de memórias e aventuras pra se viver. Quero ver se encontro a cabeça da Power ranger amarelo por aí e blá blá blá....